Palavras...

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Fora da zona de conforto #2: MORTE SÚBITA de J. K. Rowling

Como podemos aprender que sim, também há misérias acima da Linha do Equador...


Passada e impressionada...
 
Você pensa que tem problemas? Que está cercada(o) de pessoas negativas, que só querem lhe ver para baixo? Sua família lhe irrita e sufoca? Você se sente desrespeitada(o)? Acha que problemas sociais só existem em países como o nosso?

Leia MORTE SÚBITA, e talvez entenda que seus problemas são minúsculos e que há mazelas e gente ruim em todas as partes deste globo.






MORTE SÚBITA

Autora: J. K. Rowling

Editora: Nova Fronteira

501 páginas
 
 
 
 
 
 
 
O livro de J. K. Rowling começa contando rapidamente as últimas horas de vida de Barry Fairbrother. O narrador nos apresenta tudo o que está se passando pela cabeça da personagem até o momento em que ela tomba e morre. São apenas duas páginas. Se você leu a sinopse do livro já sabe que o cara vai morrer, mas para mim foi extremamente angustiante.

E a história vai ficando cada vez mais árida à medida que vamos conhecendo as outras personagens e entendendo o que a morte de Fairbrother representou para cada uma delas e para a estrutura da cidade em que morava; a fictícia Pagford.

"Nos reconhecemos em Pagford, em seus conflitos  e no seu dia a dia. No entanto, naquela pequena cidade a morte súbita de Barry Fairbrother provoca um abalo sísmico na vida de todos e de cada um. J. K. Rowling nos mostra que a vida da cidade e de seus habitantes se equilibrava como peças de um dominó, postas em pé a contragosto. Barry Fairbrother estava no cobiçado lugar da primeira peça, aquela que não podia tombar. J. K. Rowling constrói um personagem ausente, movimentando a trama exatamente por não está lá."
 

Em minha opinião, a autora deu um show na construção das personalidades dos envolvidos. E, como ela deixa o leitor a par de todos os atos e pensamentos de cada um deles, presenciamos, página após página, a enxurrada de patifaria, descriminação, mesquinharia, falsidade, brutalidade e um monte de outras coisinhas podres que os seres humanos são capazes de espalhar.

Falando assim parece que a leitura é difícil, mas não. O tema é barra-pesada, mas a escrita da Sra. Rowling é formidável e mesmo com tópicos extremamente incômodos para mim - como tramoias políticas,  bullying, violência domestica e sexual - eu me envolvi profundamente com a história e tenho planos de relê-la.

Para quem achava que J. K. Rowling era uma escritora de livros infanto-juvenis de fantasia ficou a lição: compreendi que ela é uma ESCRITORA, com perfeito domínio da técnica de criar e desenvolver tramas. Uma profissional que faz seu trabalho de modo primoroso e merece todo sucesso que alcançou.

 
É boa no que faz.

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