Como podemos aprender que
sim, também há misérias acima da Linha do Equador...
Passada e impressionada... |
Você pensa que tem
problemas? Que está cercada(o) de pessoas negativas, que só querem lhe ver para
baixo? Sua família lhe irrita e sufoca? Você se sente desrespeitada(o)? Acha
que problemas sociais só existem em países como o nosso?
Leia MORTE SÚBITA, e talvez
entenda que seus problemas são minúsculos e que há mazelas e gente ruim em
todas as partes deste globo.
MORTE SÚBITA
Autora: J. K. Rowling
Editora: Nova Fronteira
501 páginas
O livro de J. K. Rowling
começa contando rapidamente as últimas horas de vida de Barry Fairbrother. O
narrador nos apresenta tudo o que está se passando pela cabeça da personagem até
o momento em que ela tomba e morre. São apenas duas páginas. Se você leu a
sinopse do livro já sabe que o cara vai morrer, mas para mim foi extremamente
angustiante.
E a história vai ficando
cada vez mais árida à medida que vamos conhecendo as outras personagens e
entendendo o que a morte de Fairbrother representou para cada uma delas e para
a estrutura da cidade em que morava; a fictícia Pagford.
"Nos reconhecemos em Pagford, em seus conflitos e no seu dia a dia. No entanto, naquela pequena cidade a morte súbita de Barry Fairbrother provoca um abalo sísmico na vida de todos e de cada um. J. K. Rowling nos mostra que a vida da cidade e de seus habitantes se equilibrava como peças de um dominó, postas em pé a contragosto. Barry Fairbrother estava no cobiçado lugar da primeira peça, aquela que não podia tombar. J. K. Rowling constrói um personagem ausente, movimentando a trama exatamente por não está lá."
Em minha opinião, a autora deu um show na construção das personalidades dos envolvidos. E, como ela
deixa o leitor a par de todos os atos e pensamentos de cada um deles, presenciamos,
página após página, a enxurrada de patifaria, descriminação, mesquinharia, falsidade,
brutalidade e um monte de outras coisinhas podres que os seres humanos são
capazes de espalhar.
Falando assim parece que a
leitura é difícil, mas não. O tema é barra-pesada, mas a escrita da Sra.
Rowling é formidável e mesmo com tópicos extremamente incômodos para mim - como tramoias
políticas, bullying, violência domestica e sexual - eu me envolvi profundamente com a
história e tenho planos de relê-la.
Para quem achava que J. K.
Rowling era uma escritora de livros infanto-juvenis de fantasia ficou a lição: compreendi
que ela é uma ESCRITORA, com perfeito domínio da técnica de criar e desenvolver
tramas. Uma profissional que faz seu trabalho de modo primoroso e merece todo
sucesso que alcançou.
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