Como é bom ter com quem
conversar sobre livros ;)
Tudo começou meio por
acaso.
Eu encontrei o livro de
Sylvia Plath em inglês, nesta edição linda, na livraria SARAIVA do
Shopping Recife.
THE BELL JAR
Autora: Sylvia Plath
Editora: Harper Perennial
244 páginas
Fazia tempo que queria ler A
REDOMA DE VIDRO e já tinha colocado como meta comprar a edição brasileira, mas
como esta apareceu antes, e o preço estava muito bom (R$ 22,00) nem pensei duas
vezes.
Falei com minha amiga Ane (lacunasdotempo.blogspot.com), com quem sempre troco figurinhas literárias, e comentei do meu "achado". Ela foi lá e comprou. Uma amiga dela também. Aí resolvemos
marcar uma data para nos reunir e expor nossas impressões sobre o texto.
Marcamos e desmarcamos
algumas vezes, até que, finalmente, sábado passado
(23/05/2015) aconteceu o primeiro encontro de nosso clube de leitura!
- Gente, quem puder faça o
mesmo...
Poucas coisas são tão gostosas quanto passar uma tarde INTEIRA
trocando figurinhas sobre um bom livro. É uma verdadeira terapia.
Dei sorte de
encontrar duas pessoas que além de gostarem muito de ler, entendem de teoria literária,
o que enriquece um monte a conversa. Mas ainda acho que o amor pelos livros
sempre fala mais alto nestas horas.
E o texto de Sylvia Plath é
uma COISA!!! Tão envolvente e tão DIFERENTE que só lendo para entender.
Vou tentar resumir:
The Bell Jar é um livro de
memórias.
Esther Greenwood nos conta sua história a partir do verão de 1953,
quando estava em Nova York fazendo estágio em uma famosa revista feminina. Esther era uma
daquelas alunas brilhantes, que só tirava A+ em TODAS as matérias da escola,
que conseguiu bolsa de estudo para as melhores universidades e que vencia todos
os concursos dos quais participava (o estágio foi, inclusive, o prêmio de um
destes concursos). Só que durante o período do estágio ela começa a “se
perder” e a não “enxergar” sentido nas coisas e eventos que estava
vivenciando. Nova York estava bastante ruim e o fato que mais ocupava seus
pensamentos - em um momento que deveria ser de comemoração de conquistas - era o
destino do casal Julius e Ethel Rosenberg, condenados à morte por espionagem e
eletrocutados naquele mesmo verão.
O livro começa exatamente
assim:
“Era um verão estranho, sufocante, o verão em que eletrocutaram os Rosenbergs, e eu não sabia o que estava fazendo em Nova York. Tenho um problema com execuções. A ideia de ser eletrocutado me deixa doente, e os jornais falavam do assunto sem parar – manchetes feito olhos arregalados me espiando a cada esquina, na entrada de cada estação de metrô, com seu bafo bolorento de amendoim. Eu não tinha nada a ver com aquilo, mas não conseguia parar de pensar em como seria acabar queimada viva até os nervos.”
Temos então, o relato desta
menina brilhante, sufocada e aprisionada pelo próprio brilhantismo, perdendo
completamente o controle de seus atos e a vontade de viver.
O modo como Esther narra o
desmantelamento de sua sanidade não é, porém, em momento algum, desesperado ou
depressivo. Ela é tão lúcida e tranquila que às vezes demoramos até compreender
a gravidade da situação. E por vezes tão irreverente que em alguns momentos
chega à beira da comicidade.
Só à beira...
Só à beira...
A REDOMA DE VIDRO é um texto autobiográfico. Quem conhece a história “real”, sabe que não houve a plena restauração no
equilíbrio da heroína. E penso, que no fim das
contas, o que dá o gosto amargo do livro é o triste destino de Sylvia.
Que post mais lindo! <3 Eu também recomendo muito o livro e o clube de leitura. Amei mesmo! Nós tivemos uma tarde recheada de boa literatura e muitas risadas! Obrigada a você, que nos apresentou THE BELL JAR! Beijos! =***
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