Palavras...

Palavras...

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Clube do Livro #1: THE BELL JAR de Sylvia Plath

Como é bom ter com quem conversar sobre livros ;)


Tudo começou meio por acaso.

Eu encontrei o livro de Sylvia Plath em inglês, nesta edição linda, na livraria SARAIVA do Shopping Recife.

 
 
 
THE BELL JAR 
Autora: Sylvia Plath
Editora: Harper Perennial
244 páginas

 
 
 
 
 
 
Fazia tempo que queria ler A REDOMA DE VIDRO e já tinha colocado como meta comprar a edição brasileira, mas como esta apareceu antes, e o preço estava muito bom (R$ 22,00) nem pensei duas vezes.

Falei com minha amiga Ane (lacunasdotempo.blogspot.com),  com quem sempre troco figurinhas literárias, e comentei do meu "achado". Ela foi lá e comprou. Uma amiga dela também. Aí resolvemos marcar uma data para nos reunir e expor nossas impressões sobre o texto.

Marcamos e desmarcamos algumas vezes, até que, finalmente, sábado passado (23/05/2015) aconteceu o primeiro encontro de nosso clube de leitura!

- Gente, quem puder faça o mesmo...
 
Poucas coisas são tão gostosas quanto passar uma tarde INTEIRA trocando figurinhas sobre um bom livro. É uma verdadeira terapia.

Dei sorte de encontrar duas pessoas que além de gostarem muito de ler, entendem de teoria literária, o que enriquece um monte a conversa. Mas ainda acho que o amor pelos livros sempre fala mais alto nestas horas.

E o texto de Sylvia Plath é uma COISA!!! Tão envolvente e tão DIFERENTE que só lendo para entender.

Vou tentar resumir:

The Bell Jar é um livro de memórias.
Esther Greenwood nos conta sua história a partir do verão de 1953, quando estava em Nova York fazendo estágio em uma famosa revista feminina. Esther era uma daquelas alunas brilhantes, que só tirava A+ em TODAS as matérias da escola, que conseguiu bolsa de estudo para as melhores universidades e que vencia todos os concursos dos quais participava (o estágio foi, inclusive, o prêmio de um destes concursos). Só que durante o período do estágio ela começa a “se perder” e a não “enxergar” sentido nas coisas e eventos que estava vivenciando. Nova York estava bastante ruim e o fato que mais ocupava seus pensamentos - em um momento que deveria ser de comemoração de conquistas - era o destino do casal Julius e Ethel Rosenberg, condenados à morte por espionagem e eletrocutados naquele mesmo verão.

O livro começa exatamente assim:
 
“Era um verão estranho, sufocante, o verão em que eletrocutaram os Rosenbergs, e eu não sabia o que estava fazendo em Nova York. Tenho um problema com execuções. A ideia de ser eletrocutado me deixa doente, e os jornais falavam do assunto sem parar – manchetes feito olhos arregalados me espiando a cada esquina, na entrada de cada estação de metrô, com seu bafo bolorento de amendoim. Eu não tinha nada a ver com aquilo, mas não conseguia parar de pensar em como seria acabar queimada viva até os nervos.”
 
Temos então, o relato desta menina brilhante, sufocada e aprisionada pelo próprio brilhantismo, perdendo completamente o controle de seus atos e a vontade de viver.

O modo como Esther narra o desmantelamento de sua sanidade não é, porém, em momento algum, desesperado ou depressivo. Ela é tão lúcida e tranquila que às vezes demoramos até compreender a gravidade da situação. E por vezes tão irreverente que em alguns momentos chega à beira da comicidade.

Só à beira...

A REDOMA DE VIDRO é um texto autobiográfico. Quem conhece a história “real”, sabe que não houve a plena restauração no equilíbrio da heroína. E penso, que no fim das contas, o que dá o gosto amargo do livro é o triste destino de Sylvia.

Sylvia Plath: "Eu não conseguia me fazer reagir."
 
Obrigada Ane e Marta!
O primeiro encontro do clube foi uma experiência deliciosa. 
 
 
Beijos para todos e boas leituras!
 

Um comentário:

  1. Que post mais lindo! <3 Eu também recomendo muito o livro e o clube de leitura. Amei mesmo! Nós tivemos uma tarde recheada de boa literatura e muitas risadas! Obrigada a você, que nos apresentou THE BELL JAR! Beijos! =***

    ResponderExcluir