Como o clichê "dinheiro nem sempre traz felicidade" faz todo sentido neste caso...
Eu
poderia começar este artigo com um dado picante da história, que daria um
tom de fofoca e atiçaria a curiosidade de muitos. Aí, meus amigos leitores sairiam voando com seus mouses
para fazer pesquisa na internet sobre o assunto...mas eu não vou começar assim!
Vou
começar dizendo que Eufrásia Teixeira Leite foi, já no século 19, o que nós,
mulheres do século 21, conseguimos ser hoje (AINDA) à duras penas; Uma mulher financeiramente
independente, dona do próprio nariz e do resto de seu corpo!
APLAUDO!!!!
Quando os pais morreram em
1872 as duas filhas, Eufrásia
com 22 anos e Francisca com 27, herdaram toda fortuna deixada por eles.
Era
muuuito dinheiro, minha gente...
Para vocês terem uma ideia, elas eram mais
ricas que o imperador D. Pedro II.
O pai. Joaquim Teixeira Leite |
E
teve mais; como haviam sido educadas pelo pai para serem mulheres de
negócio, e Eufrásia conhecia profundamente as finanças da família, com o passar
dos anos, a fortuna herdada foi aplicada em diversos tipos de investimentos e multiplicadas em várias vezes.
As moças dominavam até no mercado de ações e se tornaram o que hoje conhecemos por “bilionárias”.
A
vida de Eufrásia, porém, não foi um mar de rosas como muitos podem ser levados
a imaginar. Ela teve que lidar com o temperamento difícil da irmã, a
ganância dos parentes e uma grande frustração amorosa.
Bonita e poderosa... |
Agora
sim, momento fofoca: Eufrásia foi apaixonada por (e amante de) Joaquim Nabuco.
O Casamento só deixou de acontecer porque Nabuco não aceitou o acordo pré-nupcial que determinava
que a união dos dois deveria ser com separação total de bens. Ele "subiu nas tamancas" e alegou que os termos eram uma afronta à sua moral...
Pasmem!
O homem que lutou com unhas e dentes pela libertação dos escravos, que foi até
ao Papa pedir apoio para a causa abolicionista, era um MACHISTA! Um homem
apaixonado, mas que deixou o orgulho falar mais forte.
Eufrásia
Teixeira Leite morreu aos 80 anos, sem filhos, sem ter casado e, ao que tudo
indica, com um imenso vazio na alma. A grande parte de sua fortuna foi deixada
para obras de caridade, o que a faz ser considerada uma das maiores filantropas
brasileiras.
Li
este livro já faz um tempinho, mas toda vez que o pego na estante meu coração
se aperta e eu me compadeço com a história de Eufrásia - e de Francisca também. Duas mulheres que
tinham, aparentemente, tudo para serem felizes, mas que viveram vidas incompletas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário