Palavras...

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quarta-feira, 4 de março de 2015

Romance Histórico: MUNDOS DE EUFRÁSIA de Cláudia Lage

Como o clichê "dinheiro nem sempre traz felicidade" faz todo sentido neste caso...


 
História muito bem narrada por Cláudia Lage
 
Eu poderia começar este artigo com um dado picante da história, que daria um tom de fofoca e atiçaria a curiosidade de muitos. Aí, meus  amigos leitores sairiam voando com seus mouses para fazer pesquisa na internet sobre o assunto...mas eu não vou começar assim!
 
 
Vou começar dizendo que Eufrásia Teixeira Leite foi, já no século 19, o que nós, mulheres do século 21, conseguimos ser hoje (AINDA) à duras penas; Uma mulher financeiramente independente, dona do próprio nariz e do resto de seu corpo!
 
APLAUDO!!!!
 
Quando os pais morreram em 1872 as duas filhas, Eufrásia com 22 anos e Francisca com 27, herdaram toda fortuna deixada por eles.
 
Era muuuito dinheiro, minha gente...
 
Para vocês terem uma ideia, elas eram mais ricas que o imperador D. Pedro II.
 
O pai. Joaquim Teixeira Leite

E teve mais; como haviam sido educadas pelo pai para serem mulheres de negócio, e Eufrásia conhecia profundamente as finanças da família, com o passar dos anos, a fortuna herdada foi aplicada em diversos tipos de investimentos e multiplicadas em várias vezes.
 
As moças dominavam até no mercado de ações e se tornaram o que hoje conhecemos por “bilionárias”.  
 
A vida de Eufrásia, porém, não foi um mar de rosas como muitos podem ser levados a imaginar. Ela teve que lidar com o temperamento difícil da irmã, a ganância dos parentes e uma grande frustração amorosa.
Bonita e poderosa...

Agora sim, momento fofoca: Eufrásia foi apaixonada por (e amante de) Joaquim Nabuco.
 
O Casamento só deixou de acontecer porque Nabuco não aceitou o acordo pré-nupcial que determinava que a união dos dois deveria ser com separação total de bens. Ele "subiu nas tamancas" e alegou que os termos eram uma afronta à sua moral...
 
Pasmem! O homem que lutou com unhas e dentes pela libertação dos escravos, que foi até ao Papa pedir apoio para a causa abolicionista, era um MACHISTA! Um homem apaixonado, mas que deixou o orgulho falar mais forte.
 
Eufrásia Teixeira Leite morreu aos 80 anos, sem filhos, sem ter casado e, ao que tudo indica, com um imenso vazio na alma. A grande parte de sua fortuna foi deixada para obras de caridade, o que a faz ser considerada uma das maiores filantropas brasileiras.
 
Li este livro já faz um tempinho, mas toda vez que o pego na estante meu coração se aperta e eu me compadeço com a história de Eufrásia - e de Francisca também. Duas mulheres que tinham, aparentemente, tudo para serem felizes, mas que  viveram vidas incompletas.
 
 

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