Como eu descobri que as palavras têm sabor...
AMANHÃ,
14 de março é o dia nacional da poesia. A data foi escolhida por ser
aniversário de nascimento de Castro Alves, poeta romântico e abolicionista,
considerado um dos mais brilhantes poetas brasileiros até hoje.
Desde criança gosto muito de poesias. Eu adorava “decorar” poemas e ficar recitando dentro de casa - feito quem canta. Devia ser um tormento para as pessoas ao meu redor, mas eu nem ligava...eram palavras que tinham um gosto tão bom!
Comecei com Cecília Meireles e Vinícius de Moraes. Depois veio Mario Quintana, que foi o poeta de minha adolescência. Na faculdade os que mais me marcaram foram Drummond, Augusto dos Anjos, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira, Mauro Mota, Joaquim Cardozo...
Não
teria como eu fazer um artigo sobre todos. Então resolvi indicar para vocês um belíssimo
livro de poemas, de uma escritora que tive o privilégio de conhecer
pessoalmente e que merece ser muito divulgada pelo grande talento que tem.
GRÃOS NA EIRA
Autora: Lenilde Freitas
Atelier Editorial
64 páginas
Eu a conheci em 2004, quando fazia pós-graduação em literatura brasileira e ela foi minha colega de turma. Um mulher muito elegante, muito discreta... Só descobrimos que era poeta (e premiadíssima) porque nosso professor de teoria do texto poético a reconheceu e fez a maior festa.
As
poesias dela são deliciosas de ler e ouvir. Lenilde sabe selecionar e organizar
palavras como poucos e cria imagens lindas.
Escolhi
o poema que abre o livro para nos presentear...
Boa
Poesia para todos!
A
palavra
A
palavra
essa
rédea
me
governa.
A
palavra
essa
lâmina
me
reparte.
Ai
de mim
que
sou tantas
e
tão sem arte
é
a que
em
um chão de sílabas
se
prosterna.
Ai
de mim
que
sou tantas
a
procurar-te
palavra
que
não és
e
és eterna.
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