Palavras...

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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Mais Mangá: HIROSHIMA CIDADE DA CALMARIA de Fumiyo Kouno

Como agora eu compreendo um pouco melhor o significado da expressão "o silêncio que precede o esporro".

 
 
JBC, 100 páginas
 
 
Em 6 de agosto de 1945 uma bomba de urânio – que tinha o enganoso nome de little boy – foi jogada na cidade de Hiroshima. Primeira vez na historia deste planeta em que uma arma nuclear foi usada contra alvos civis (a segunda foi em Nagasaki, três dias depois).
 
Em quatro meses 160 mil pessoas morreram na cidade; metade no dia da explosão e a outra metade no decorrer dos meses seguintes, vítimas de queimaduras, envenenamento radioativo e outros ferimentos.
 
Quem sobreviveu mais tempo depois disto, carregou consigo algo além de um corpo lesionado.
 
Obviamente que os senhores da guerra sustentaram, na época, a teoria de que os ataques foram necessários para se evitar um mal maior.
 
 
"Pasmem, mas foi isto mesmo que caras como Trumman e Churchil alegaram."
 
Como chamar ISTO de um mal menor?
 
 
Pessoas com um pingo de decência, entretanto, consideram que os lançamentos daquelas bombas foram e continuam sendo, até hoje, atos imorais e genocidas.
 

Parte 1
 
HIROSHIMA CIDADE DA CALMARIA é dividida em 3 partes.
 
A primeira se passa 10 anos depois do ataque e conta a história de Minami, uma jovem que lida tanto com os problemas que a radiação criou em seu organismo, como com a culpa de ter deixado pessoas para trás, enquanto lutava por sua própria sobrevivência.
 
“Eu prometi levar ajuda ao meu colega preso debaixo do muro. Mas não voltei. (...) A terra ardia de calor. A sola do sapato derreteu e grudou. Eu tinha me tornado uma pessoa fria, que escolhia corpos não apodrecidos de senhoras para roubar e calçar seus tamancos de madeira.”
 
Marcas
 
As partes 2 e 3 mostram dois momentos na vida de Nanami, uma menina nascida décadas depois da tragédia, mas que de certa forma também tem sua vida conectada à história de Hiroshima.
 
Parte 2
 
Parte 3
 
 
Recomendo de coração. Acredito que quem lê uma história como esta sente, ainda mais profundamente, a importância da vida humana.
 
Tão sensível!
 
E extremamente tocante.
 
Um sutil manifesto pacifista, que nos faz pensar como seria melhor viver em um mundo que tivesse, de fato, reais calmarias.  
 

Um comentário:

  1. "ataques foram necessários para se evitar um mal maior"

    sim. é verdade e poderia ter sido pior. infelizmente a guerra é assim mesmo.

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