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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Romances de Machado em ordem cronológica - um parêntese: CASA VELHA

Nem romance, nem conto: uma novela.


Edições Garnier, 184 páginas 

   Publicada entre os anos de 1885 e 1886, na revista de moda A Estação, a novela ficou perdida até 1944, quando a crítica literária Lúcia Miguel Pereira recolheu, organizou e reeditou em forma de livro a obra que, provavelmente, acabaria caindo no esquecimento.  

  CASA VELHA consta em algumas listas dos textos de Machado como sendo o sexto romance publicado por ele - "espremido" entre Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891) - mas, oficialmente, é considerado uma novela. 

   Lúcia Miguel Pereira, inclusive, defendia a ideia de que a história havia sido escrita anos antes de sua publicação na revista carioca, e que Machado deve tê-la "desengavetado" para atender uma encomenda inesperada.

"CASA VELHA deve pertencer ao número dos trabalhos exumados. Embora publicado na melhor fase, não é das melhores obras do autor. Psicologicamente - e, no caso, os argumentos psicológicos são os únicos de que podemos lançar mão - pode ser colocada na primeira fase de sua obra."  

   De fato, guarda muitas semelhanças com obras do começo da carreira do autor, especialmente, com os romances Iaiá Garcia e Helena.

   A trama é narrada por um cônego que relembra uma situação acontecida no ano de 1839. O (então) jovem religioso havia decidido escrever um livro sobre política e para isso começou a frequentar a biblioteca da casa de D. Antônia, uma rica viúva. Esta senhora tinha um filho único, Félix. A casa também era frequentada por Lalau - ou Cláudia - uma jovem agregada muito querida da senhora. Os jovens acabam se apaixonando e fazendo do narrador seu confidente. A mãe, obviamente, não aprova o relacionamento e usa argumentos pesados para impedir a união dos dois.

   Li as menos de 100 páginas da história com o constante sentimento de déjà-vu. E como eu venho experimentando os romances Machadianos na sequência, senti CASA VELHA muito inferior ao livro de 1881. 

   Em todo caso, a leitura foi válida. Principalmente por conta da edição da GARNIER que conta com um prefácio bem detalhado escrito pela própria Lúcia Miguel Pereira, e um artigo acadêmico de John Gledson intitulado CASA VELHA: Um subsídio para melhor compreensão de Machado de Assis

   Um livro para fãs, estudiosos e curiosos.

Um beijo e ótimas leituras.

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