Palavras...

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segunda-feira, 29 de junho de 2015

3 Bons livros para ler rapidinho (#5)

Como escreve bem este Mario...


 

Mario Vargas Llosa é um destes escritores que quando você lê pela primeira vez, se pergunta:

"Como passei tanto tempo sem conhecer este cara??"

Bem, aconteceu assim comigo.

O primeiro livro dele que li, TRAVESSURAS DA MENINA MÁ, eu ganhei do meu marido em 2007 e desde então virei fã.
 
Não dá pra ser diferente. Vargas Llosa constrói com as palavras. Você está lendo e enxergando o mundo que ele criou.

Como eu sou muito legal, e quero ver pessoas com livros de boa qualidade, vim indicar três títulos dele para vocês.

LIVRO 1

 
 
 
 
 
 
TRAVESSURAS DA MENINA MÁ
 
Autor: Mario Vargas Llosa
 
Editora: Alfaguara
 
302 páginas 

 

 
 
 
 

"Ao mesmo tempo em que conta a história de um amor arrebatador, TRAVESSURAS DA MENINA MÁ traça um quadro vigoroso das transformações sociais europeias e das convulsões políticas da América Latina. A história começa nos anos 50, em Lima. No bairro aristocrático de Miraflores, o jovem Ricardo se apaixona pela estonteante e misteriosa "chilena" Lily. Depois de descobrir que, na verdade, ela é peruana e de origem humilde, ele a perde de vista, mas não consegue esquecê-la."


Este é o meu queridinho.
 
Eu "briguei" muito com Ricardo... ficava falando em voz alta:
- Acorda rapaz, Lily é doida, sai dessa!!!
E meu marido:
- Tas falando com quem?
E eu:
- Com Ricardo. Do livro.
E ele:
- O quê?
E eu:
- Deixa pra lá... KKKKKKKKK

 
LIVRO 2

 
 
 
 
ELOGIO DA MADRASTA
 
Autor: Mario Vargas Llosa
 
Editora Alfaguara
 
159 páginas
 







"Aliando graça e sensualidade, ele narra a história de dona Lucrécia, uma mulher que ao completar 40 anos, acredita está passando por um momento ideal em sua vida. Tornou-se a segunda esposa de dom Rigoberto e, juntos, entregam-se livremente a suas fantasias sexuais. Ela achava que poderia ter problemas para ser aceita por Alfonso - o Fonchito - filho único de dom Rigoberto. Mas o menino a adora e, contra todas as expectativas, não consegue ficar longe da madrasta. Tudo vai bem, a não ser por um fato: sua paixão juvenil pode encobrir algo maior que dona Lucrécia logo descobrirá."

 Apesar de Fonchito ser um porre (Chatito), e Lucrécia uma tonta eu gostei do livro. Mas devo confessar que - para mim - é o menos atraente dos que li dele até hoje. Contudo, dom Rigoberto é uma figura e há momentos bem inusitados na história.
 
LIVRO 3
 

 
 
 
 
O HERÓI DISCRETO
 
autor: Mario Vargas Llosa
 
editora: Alfaguara
 
342 páginas
 

 

 
 
 

"Felícito Yanaqué recebe uma carta anônima, com um ultimato: daremos segurança à sua empresa e à sua família, em troca de pagamento. Como assinatura, uma pequena e enigmática aranha de cinco patas. Mas ele é um homem que aprendeu com o pai a não se curvar a nada, e fará o possível para combater essa ameaça invisível. Em paralelo, conhecemos a história de Ismael Carrera, empresário que, já com idade avançada, decide casar com uma mulher simples, mais nova, para desespero de seus filhos gêmeos, que não conhecerão limites para destruir os planos do pai."  
 
A trama me envolveu tanto que não conseguia largá-la. Li na semana que antecedeu o início de minha quimioterapia, ou seja, eu estava uma pilha de nervos e com a cabeça nas nuvens. Este livro me ajudou a esquecer, um pouco, meus problemas com sua história bem construída e cheia de reviravoltas.
 
Eu falei que livros salvam...
 
 
Um beijo e boas leituras!
 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Mais Mangá: YUYU HAKUSHO vols. 3 e 4

Fiz a pazes com Yusuke...

 
 

 

Ok! Eu havia dito que achava que minha história com Yuyu iria acabar com a leitura do quarto “gibi” da série, porque fiquei realmente desanimada no volume 3.

"Esta é a história de Yusuke Urameshi e seu desventurado destino... Yusuke vira um fantasma depois de tentar salvar a vida de uma criança e morre atropelado em seu lugar. Só que sua morte não era prevista para aquela hora, por isso, Enma Dai-oh, Juiz do Inferno, decide dar a ele uma nova oportunidade de ressuscitar, desde que supere uma provação: o Teste da Ressurreição."

Yuyu consegue voltar definitivamente para seu corpo e vira um Detetive Espiritual.

E o que faz um Detetive Espiritual, afinal de contas?

Caça monstros e demônios que estão "tocando o terror" na terra e os manda de volta para o lugar deles – seja lá pra onde for que se mandem monstros e demônios...

E aí meus problemas com a série começaram.

Eu detesto monstros e afins;
 
DE-TES-TO!!

E este livrinho aqui está cheio destas pestinhas (eufemismo).


JBC, 188 páginas
 

Então, com um enorme esforço, atravessei páginas e mais páginas de bichos horrorosos, fazendo coisas medonhas e Yuyu se comportando como se estivesse num vídeo game.

E eu:

- Meu filhooo! Você está lidando com devoradores de almas e não jogando DOOM... paaaara de se comportar como um mala!!!!!
 
É, eu sei! Me envolvo mesmo...

Entretanto, o autor (Yoshihiro Togashi) é bom no que faz e me prendeu mais um pouco. 

Eu também “consegui” entender que Yuyu  É um adolescente e, portanto, se comporta como tal.

No quarto volume a história melhorou.

JBC, 188 páginas
 
Algumas coisas que estavam meio enroladas foram resolvidas e a trama está andando. 

O espaço maior dado ao personagem Kuwabara e à relação de competição/admiração entre ele e Yusuke, também ajudou bastante.

 "O eterno rival de Yusuke. Apesar da cara feia,
possui uma  grande sensibilidade espiritual"
 
 
Kuwabara é uma graça. Grosso; mas divertidíssimo!
 
Já estou com o quinto e sexto volumes.
 
Seguirei firme...

Até segunda ordem (ha ha!).
 

Um beijo e ótimas leituras!
 

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Eu Recomendo: SOBRE A ESCRITA de Stephen King

Uma aula de experiências.



The King. Para os íntimos...


"Se você quer ser escritor, existem duas coisas a fazer, acima de todas as outras: ler muito e escrever muito. Que eu saiba, não há como fugir dessas duas coisas, não há atalho." p. 126 
 
Os contatos mais próximos com Stephen King foram durante minha adolescência.
 
Uma vez  tentei assistir IT – A COISA, mas nem cheguei à meia hora de filme (não me perguntem o porquê, mas tenho pavor de palhaço). Em seguida, como quase todo mundo, eu assisti e gostei de O ILUMINADO.
 
Até hoje tenho "medinho" de Jack Nicholson...
 
 
!!!!!!!!
 
Tempos depois fiquei sabendo que King era “P” da vida com Kubrick, por conta do tom descontrolado e histérico que o diretor deu à mãe de Danny.
 
Lembro que esta foi a primeira vez em que considerei ler algum de seus textos, pois o que tirou um pouco da “graça” de O ILUMINADO, foi justamente o comportamento da personagem de Shelley Duvall.
 
Os anos passaram e a coragem de ler a ficção de S.K. nunca apareceu...
 
Sorte minha ele lançar um livro sobre sua história como escritor. Então, ontem terminei de ler meu primeiro Stephen King e vim aqui recomendá-lo para vocês.
 
 
 
 
 
SOBRE A ESCRITA
 
Autor: Stephen King
 
Editora: Suma das Letras
 
255 páginas
 
 
 
 
 
 
 
 
"Isto não é uma autobiografia. É, na verdade, uma espécie de curriculum vitae, minha tentativa de mostrar como se forma um escritor. Não como se faz um escritor; eu não acredito que escritores possam ser feitos, nem pelas circunstâncias nem por autodeterminação (embora já tenha acreditado nessas coisas). O equipamento vem na embalagem original. Embora não seja, de forma alguma, um equipamento incomum. Acredito que muitas pessoas têm pelo menos algum talento para escrever ou contar histórias, e esse talento pode ser fortalecido e afiado. Se eu não acreditasse nisso, escrever um livro como este seria uma perda de tempo." p.19
 
Devo começar dizendo que, como leitora, concordo com a maioria das ideias dele.
 
Outras...hum... nem tanto.
 
Porém, reconheço que este livro é um manual atencioso e precioso para quem quer (ou precisa) trabalhar com a escrita.
 
Durante a leitura, muito provavelmente, você se sentirá aconselhada(o) e acolhida(o), pois Stephen King passa aquela vibe de professor experiente e comprometido em passar, para os alunos interessados, as ferramentas e os métodos que funcionaram para ele e que o levaram ao sucesso.
 
Ele é rigoroso, sem deixar de ser doce. Técnico, sem deixar de nos divertir.
 
E também, passa a impressão de ser muito honesto no que diz respeito aos problemas que enfrentou no início da carreira, à dependência química, ao medo e às dores que sentiu decorrentes do atropelamento que quase o matou.
 
SOBRE A ESCRITA é um livro para leitores em geral, para quem é ou deseja ser escritor, e acima de tudo – acho eu – para os fãs do autor.
 
Estes, com toda certeza, ficarão extasiados por terem acesso ao modo de criação usado por seu ídolo e em verificarem quão generoso ele é, compartilhando seus tesouros.
 
 
P.S: Ainda estou tomando coragem.
Alguma sugestão???
 

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Romances de Machado em ordem cronológica #1: RESSURREIÇÃO e A MÃO E A LUVA.

Como eu me senti revisitando um velho amigo...



  Comecei meu projeto de reler os romances de Machado de Assis em ordem cronológica.

  Para quem não sabe do que estou falando, há um artigo chamado O VELHO ÍDOLO DE UM JEITO NOVO que eu escrevi no começo do ano. Lá eu explico direitinho minha ideia.

  Final do mês passado eu li RESSURREIÇÃO (1872) e ontem eu terminei A MÃO E A LUVA (1874). Então, enquanto as impressões ainda estão fresquinhas em minha cabeça, vamos lá!


  
  Quero começar declarando que, quanto mais eu o releio, mais eu me impressiono e mais (re)descubro coisas dentro de seus textos.
  
  A sensação foi ainda mais forte durante a leitura de A MÃO E A LUVA: Guiomar, a personagem principal do livro, foi um dos meus objetos de estudo para a monografia de minha pós-graduação em Literatura Brasileira. Eu a analisei profundamente, repetidamente, exaustivamente... e, ainda assim, desta vez, encontrei um monte de coisas que passaram batidas naquele momento.
  
  Os dois livros foram escritos na época em que o movimento literário "oficial" era o romantismo. Contudo, não se engane: estas duas tramas têm pouca coisa água com açúcar e, em muitos momentos, Machado deixa escapar umas alfinetadas violentas nos personagens mais chegados ao mi-mi-mi.


Editora Globo, 118 páginas.

  O primeiro romance conta a história de Félix, um médico que, já depois dos trinta anos, recebe uma herança e é elevado socialmente. Ele conhece Lívia, uma viúva por quem se sente levemente atraído. 

  Félix é aquele tipo de cara que não se apega a ninguém, não acredita no amor e só tem casos passageiros. Porém, a doçura da moça  acaba por desarmá-lo, fazendo-o assumir um noivado e o compromisso de casamento. Tudo muito fofo, não fosse o fato de Félix aterrorizá-la com seu ciúme e desconfiança. 

"Não se trata aqui de um caráter inteiriço nem de um espírito lógico e igual a si mesmo; trata-se de um homem complexo, incoerente e caprichoso, em quem se reuniam opostos elementos, qualidades exclusivas, e defeitos inconciliáveis." (p.2) 

  E aí, amor é capaz de superar tudo? Machado opina sobre isto.

... 



Editora Globo, 107 páginas


  Guiomar é minha personagem feminina preferida na obra de Machado de Assis

  Por uma jogada do destino, esta é outra figura machadiana que também tem a sorte de melhorar de vida. Mas ao contrário de Félix, que é dono da própria fortuna, a situação de Guiomar é muito mais frágil e sujeita à vontade dos outros. 

  Numa época em que uma mulher, nascida pobre, só tinha chance de enriquecer pelo casamento, a heroína deste livro coloca o amor como um detalhe bonito, mas não fundamental para se ligar a um homem. 

"Guiomar amava deveras. Mas até que ponto era involuntário aquele sentimento? Era-o até o ponto de não lhes desbotar à nossa heroína a castidade do coração, de lhe não diminuirmos a força de suas faculdades afetivas. Até aí só; daí por diante entrava a fria eleição do espírito." (p.82)     
  Uma alpinista social com escrúpulos.

...
  Ficam as recomendações destas duas tramas que, se não podem ser consideradas obras magistrais, podem, certamente, nos mostrar onde começou a se moldar a genialidade do "Bruxo".

Um beijo e ótimas leituras!

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Eu recomendo: DRÁCULA de Bram Stoker

Como imagino que um monte de gente, no fim do século XIX, perdeu o sono durante a leitura deste livro...

 
Bram Stoker
 
Em tempos de histórias de terror sangrentas, cheias de psicopatas matando geral, espíritos trevosos assombrando casas e mais casas, fica até difícil acreditar que um livro lançado em 1897 possa, de alguma forma, perturbar alguém em 2015.
 
Não posso falar por ninguém, mas Dráculamaster piece do irlandês Abraham "Bram" Stoker, me deixou comendo os dedos de tanta tensão.
 
 
 
 
 
 
DRÁCULA
 
Autor: Bram Stoker
 
Editora: Nova Fronteira
 
489 páginas
 
 
 
 
 
 
 
"Drácula tem origem na vida de Vlad Tepes, personagem histórico da Romênia do século XV conhecido por sua bravura na guerra contra os invasores otomanos, mas também por sua crueldade. A partir dessa história, mesclada com  várias lendas sobre Vlad, Bram Stoker escreve um romance magistral em forma de diários e cartas que os personagens principais vão trocando entre si. Trata-se de uma obra que abriu um novo caminho nas histórias de terror e que estabeleceu a figura do aristocrata transilvano como arquétipo do mal e da sedução perversa."  

DRÁCULA é um livro incrivelmente bem concebido. 
 
Considerado o principal responsável pelo desenvolvimento do mito literário do vampiro, a obra reflete o aprofundado trabalho de pesquisa feito por Stoker sobre as histórias mitológicas dos temidos "sanguessuga".
 
Para mim, no entanto, o terror do romance está concentrado, principalmente, no fato de que as pessoas diretamente atingidas pela sede do Conde Drácula permanecem muito tempo ignorantes dos perigos que as cercam e, consequentemente, tornam-se alvos extremamente fáceis para os acontecimentos fatais que as atingem.
 
É muito angustiante...e bem bolado.
 
Tenho apenas duas ressalvas:
 
A primeira é para a edição que possuo. Muito pobrinha. Acho que um livro deste porte merece, pelo menos, uma introdução explicativa e este volume da Nova Fronteira só tem uma notinha bem mixuruca sobre o autor.
 
A segunda é uma ressalva sobre o texto. Há várias passagens que poderiam ter sido suprimidas pelo autor sem que isto comprometesse a compreensão da história e ainda deixaria a narrativa mais dinâmica.
 
Porém, afirmo que apesar de, em um ou outro momento, sentirmos que as ideias estão repetitivas, DRÁCULA é um livro para ser lido e relido; uma verdadeira Obra de Arte. 
 
 
Ótimas leituras e bom fim de semana minha Gente!