Palavras...

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Lendo O LIVRO DA LITERATURA #1: Introdução

Os últimos 4000 anos da literatura de nossa civilização...em resumo.



GLOBO LIVROS, 352 páginas


"O ato de contar histórias é tão antigo quanto a própria humanidade."

   

 O impulso de transmitir e capturar fatos, sensações e sentimentos, é, para o ser humano, algo quase tão natural quanto respirar. 

   Fazemos isto o tempo todo.

  Quando acessamos os meios de comunicação em busca de notícias, conversamos com nossos familiares após um longo dia de trabalho, cumprimentamos um amigos com um prosaico "E aí, conta as novas!", estamos alimentando a ancestral necessidade de contar e ouvir histórias.

   O que O LIVRO DA LITERATURA propõe, é falar um pouco sobre a História da produção literária, através de algumas grandes obras, contextualizando inúmeros textos, de 3000 AC até os dias atuais. 

"Este livro embarca em uma jornada cronológica pela literatura, usando mais de uma centena de livros como marcos ao longo do caminho. Essa viagem também emprega uma abordagem global ao explorar textos literários de uma ampla variedade de culturas diferentes que muitos leitores podem não ter visto anteriormente."
   

   Um outro cuidado que os organizadores tiveram foi com o tom das indicações. Eles deixam bem claro na INTRODUÇÃO do trabalho que não se trata de uma lista rígida de leituras obrigatórias. Aos mais de 100 títulos colocados no foco principal, são acrescentados outras duas centenas de obras referenciais, indicadas para um eventual aprofundamento.


Na INTRODUÇÃO de O LIVRO DA LITERATURA, além de toda a explicação sobre o objetivo desta compilação, ainda há anotações sobre A HISTÓRIA DA LITERATURA, A ASCENSÃO DO ROMANCE e A EXPLOSÃO GLOBAL.

"A publicação global, a publicação independente e na internet, cursos de literatura global, prêmios nacionais e internacionais de literatura e o numero crescente de traduções de trabalhos publicados estão trazendo romances modernos australianos, canadenses, sul-africanos, indianos, caribenhos e chineses, entre outros, para o público mundial."

   
   Meu intuito inicial era usar este livro como guia de leitura, mas agora mudei de ideia. Vou encará-lo de cabo-à-rabo, e registrar minhas impressões. Um projeto tão bem concebido merece uma atenção especial.




"Escrito em linguagem simples, O LIVRO DA LITERATURA  é acessível e traz ilustrações divertidas e gráficos explicativos que fazem dele uma ótima introdução à literatura."    

   Aqui no SALVA PELO LIVRO farei um artigo para cada uma das 7 partes desta compilação, falando sobre minha experiência da leitura e o que me chamou mais a atenção.

Os Tópicos:

  • HERÓIS E LENDAS (3000 A.C - 1300 D.C.)
  • DO RENASCIMENTO AO ILUMINISMO (1300 - 1800)
  • O ROMANTISMO E A ASCENSÃO DO ROMANCE (1800 - 1855)
  • A REPRESENTAÇÃO DA VIDA REAL (1855 - 1900)
  • O ROMPIMENTO COM AS TRADIÇÕES (1900 - 1945)
  • A LITERATURA DO PÓS-GUERRA (1945 - 1970)
  • LITERATURA CONTEMPORÂNEA (1970 até o presente)

 
Um beijos e ótimas leituras.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Romances Açucarados: Série TOO FAR de Abbi Glines

É amor pra dar e vender ;)






   A história do núcleo ficcional de TOO FAR - SEM LIMITES em português - é composta por quatro livros que contam o romance de Blaire e Rush, e está inserida em um grande novelão denominado ROSEMARY BEACH SERIES, concebido pela autora americana Abbi Glines, que, pelo que eu entendi, já tem treze volumes publicados nos Estados Unidos.

A TRAMA

   Blaire acabou de perder a mãe após três anos de luta contra o câncer. Com apenas 19 anos, sem dinheiro e sem rumo, ela recorre ao pai, um idiota que abandonou a família e casou novamente com uma cabeça-de-vento egocêntrica. O endereço que o pai dá como referencia é, na verdade, o da casa de seu enteado, Rush
   
   Quando a coitada da menina chega lá, o pai já havia picado a mula, apertado o botão "te vira", e colocado os dois jovens em um tremendo constrangimento. Blaire fica arrasada, Rush fica puto da vida com o pepino deixado pelo detestado padrasto, MAAAAS...

   Adivinha! 

  Blaire é linda, doce e do bem. Rush é gato, compassivo e independente. Não dá outra, né? É aquela agonia de quero mas não posso, posso mas não devo, típica de historias beeeeem cobertas de açúcar. 

   Na edição brasileira, os livros vêm classificados como FICÇÃO AMERICANA, o que não explica o essencial: este é um romance para adultos, com palavrão, pegação e intoxicação por drogas lícitas OU não... 

   E, apesar de gostar da história (principalmente por causa do drama familiar que ela aborda), de ter me comovido com a vida super triste da protagonista, de considerar a leitura de TOO FAR como pura diversão, estou ciente de que o apelo sexual do plot é muito presente (às vezes insistente) durante boa parte da narrativa. Mas nada que tenha me incomodado ao ponto de me fazer desistir.

OS LIVROS 

Como disse, são quatro. 

O início da história é contado no volume PAIXÃO SEM LIMITES, do ponto de vista de Blaire,

Editora Arqueiro, 192 páginas

e em RUSH SEM LIMITE, contado por Rush.

Idem, Idem :)
   
    São os mesmos acontecimentos, vistos de perspectivas diferentes. 

   O resto da história é contada com a alternância de foco narrativo entre os dois protagonistas em TENTAÇÃO SEM LIMITES e AMOR SEM LIMITES

Idem, 211 páginas

Idem, 192 páginas

   A mudança de narrador é bem feita e as vozes são bem distintas. Percebemos que é uma mulher e um cara falando. Gostei. 

   AH, e ainda tem um música bônus no terceiro livros. 

  Pois é! Rush compõe uma música para Blaire e esta música está disponível no iTunes e no Youtube.

   Uma fofura.

   Link para a musica AQUI!

- É uma história clichê?
- É!
- Situações improváveis?
- Ô!
- Você sabe como vai terminar desde a primeira página?
- Sabe!

   Mas eu gostei, me diverti, chorei (grande novidade!) e torci pelas personagens.


    Fazer o que?!?!

...

Um beijo e ótimas leituras.    

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Salva pelo Livro na estrada: Maragogi - AL

As paisagens, a tranquilidade, a trilha sonora do caminho e ,claro, os livros em uma viagem de dois dias em pleno "inverno" Nordestino ;)


O CÉU DE MARAGOGI


O LUGAR


Maragogi é uma praia alagoana, a poucos minutos da divisa de Pernambuco e a 120 quilômetros de Recife.

Um pulo "daqui-lá".

Bem, talvez um pulo seja exagero se levarmos em conta que para ir à vila de Porto de Galinhas, pegando a via pedagiada, o Recifense não gasta 40 minutos (em um transito tranquilo). 

Então, porque enfrentar quase duas horas de uma estrada sofrível e mal sinalizada? Afinal, praia é tudo igual, certo?

Vou justificar minha escolha para o feriado de São João com dois argumentos.

Primeiro. Durante as festas juninas as estradas para o litoral são muito tranquilas (todo mundo corre ao interior, para o circuito do forró).

Segundo. Olha só esta praia!!!




Além da beleza evidente, Maragogi tem uma coisa que, infelizmente, é difícil de encontrar em outras praias do gênero; sossego e silêncio. 

Tem coisa que leitores amem mais do que sossego e silêncio? Só livros, né? 

Pois é, se um dia vocês colocarem Maragogi em seus roteiros, escolham com carinho os livros que irão na bagagem. Vocês terão a oportunidade de desfrutá-los sob o sol, ao vento, escutando os sons do mar. 

Será lindo, prometo!

AS MÚSICAS 

Para a viagem de carro, optamos por uma trilha sonora que misturou a doçura das melodias de HOOTIE & THE BLOWFISH e a batida marcante de AUDIOSLAVE. 

Foi a combinação perfeita - a match made in heaven!

Uma palhinha...

Hootie & The Blowfish - Las Vegas Night.



Audioslave - I'm the highway



OS LIVROS 

Não é sempre que se tem a chance de ler e discutir sobre as ideias de Schopenhauer na areia da praia, tomando uma cerveja gelada ("pra ficar pensando melhor"). 

Levei a A ARTE DE ESCREVER. 

A Arte de Escrever
LPM, 169 páginas

Nesta antologia de ensaios recolhidos de Parerga e Paralipomena, o leitor vai encontrar textos que trazem as mais ferinas entusiasmadas e cômicas reflexões acerca do ofício do próprio Schopenhauer, isto é, o ato de pensar, a escrita, a leitura, a avaliação de obras de outras pessoas, o mundo erudito como um todo. São eles: "Sobre a erudição e os eruditos", "Pensar por si mesmo", "Sobre a escrita e o estilo", "Sobre a leitura e os livros" e "Sobre a linguagem e as palavras". Embora redigidos na primeira metade do século 19, estes ensaios, ao tratar sobre o mundo das letras, os vícios do pensamento humano, as armadilhas da escrita e da crítica, continuam válidos - hoje mais do que nunca. E, marca personalíssima do autor, são modernos, pulsantes de vida, de inteligência e humor. (Fonte: SKOOB)

Li (ainda estou lendo) aos poucos, refletindo sobre as opiniões bombásticas de Seu Arthur e, muitas vezes, morrendo de rir com a sutileza ZERO que ele usa para detonar os "eruditos".


Comecei a ler em Maragogi e terminei ontem, aqui em Recife A ELEGÂNCIA DO OURIÇO de Muriel Barbery.


A Elegância do Ouriço
CIA das LETRAS, 352 páginas.

À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle: o endereço é chique, e os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou por que não? duas agentes. É justamente o que faz Muriel Barbery em A "Elegância do Ouriço", seu segundo romance. Para começar, dando voz a Renée, que parece ser a zeladora por excelência: baixota, ranzinza e sempre pronta a bater a porta na cara de alguém. Na verdade, uma observadora refinada, ora terna, ora ácida, e um personagem complexo, que apaga as pegadas para que ninguém adivinhe o que guarda na toca: um amor extremado às letras e às artes, sem as nódoas de classe e de esnobismo que mancham o perfil dos seus muitos patrões. (Fonte: SKOOB)

Muito bonito, cheio de reflexões profundas, de humor sutil e críticas sociais bem fundamentadas. Um livro delicioso e comovente. 

Recomendo.

Bons roteiros, paz, músicas e livros. O que é que a gente precisa mais nesta vida?

Um beijos e até a próxima.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Aniversário de Fernando Pessoa.

13 de junho de 1888, em Lisboa, nascia o múltiplo, o desassossegado, o genial...




  Eu gostaria de deixar registrado um pequeno apontamento, para que a lembrança fique, e para compartilhar com todos os fãs de literatura que passam por aqui dois poemas de Fernando Pessoa.

  Autopsicografia foi o primeiro texto dele que conheci, e o poema 655 (de 1930) é o que considero mais tocante e o que melhor retrata quem foi e como se sentia o poeta.

 Fernando Pessoa é uma joia preciosíssima na literatura universal. 

  Parabéns a todos que podem e querem desfrutar de todo este brilho.


AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


No. 655 - em POESIAS INÉDITAS (1930)


Se eu pudesse não ter o ser que tenho

Seria feliz aqui...

Que grande sonho

Ser quem não se sabe quem é e sorri!


Mas eu sou estranho

Se em sonho me vi

Tal qual no tamanho

O que nunca vi...


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Eu recomendo: DOCE PERDÃO de Lori Nelson Spielman

"Perdoamos na medida em que amamos." LA ROCHEFOUCAULD



   
   Hannah tenta consolar Dorothy depois de uma briga tê-la afastado, pelo que parece definitivamente, de uma querida amiga de infância. O argumento de Hannah, de que o erro de Dorothy havia sido bem intencionado e que eventualmente a amiga ofendida entenderia e perdoaria, é interrompido por uma incomoda réplica: "Ah querida, você não vê? Não é a mentira. Nunca é a mentira. É encobrir que nos arruína." 
   
   Intrigada com esta frase reveladora, assombrada pelos próprios equívocos e por um passado nebuloso, Hannah acaba sendo conduzida por caminhos que a farão chegar aos pontos mais críticos de sua história e perceber que só há uma escolha, entre duas opções: continuar com a vida segura que leva, mas que foi fundamentada sobre inúmeros erros OU, fazer uma "faxina geral", limpando sua consciência e arriscando a vida que construiu.

- Fácil, né?

Doce Perdão
Editora VERUS, 322 páginas

Hannah Farr é uma personalidade de New Orleans. Apresentadora de TV, seu programa diário é adorado por milhares de fãs, e há dois anos ela namora o prefeito da cidade, Michael Payne. Mas sua vida, que parece tão certa, está prestes a ser abalada por duas pequenas pedras... As Pedras do Perdão viraram mania no país inteiro. O conceito é simples: envie duas pedras para alguém que você ofendeu ou maltratou. Se a pessoa lhe devolver uma delas, significa que você foi perdoado. Inofensivas no início, as Pedras do Perdão vão forçar Hannah a mergulhar de volta ao passado - o mesmo que ela cuidadosamente enterrou -, e todas as certezas de sua vida virão abaixo. Agora ela vai precisar ser forte para consertar os erros que cometeu, ou arriscar perder qualquer vislumbre de uma vida autêntica para sempre. Após o sucesso mundial de A lista de Brett, Lori Nelson Spielman retorna com este romance terno e esperto sobre nossas fraquezas tão humanas e a coragem necessária para perdoá-las - assim como para pedir perdão. (Fonte: SKOOB)

  
   O texto de LORI NELSON SPIELMAN me fez pensar um monte sobre o modo como lidamos com as mágoas, sejam elas criadas ou sofridas por nós.Também me fez observar que, tanto pedir quanto de oferecer o fruto divino do perdão é uma capacidade muito pouco trabalhada no mundo de hoje. 

  Um livro de fato doce. Por vezes comovente, por vezes surpreendente, que aqueceu meu coração e que concluí um sorriso no rosto.

Um beijo e ótimas leituras.