Penso que o fuzuê sobre a identidade da pessoa que escreveu A SÉRIE NAPOLITANA tem mais ligação com a necessidade de produzir notícias, do que com a (eventual) curiosidade de um leitor ou outro.
Eu li A AMIGA GENIAL ano passado e lembro que achei massa a autora (ou autor) não revelar sua identidade e só dar entrevista via e-mail. Uma atitude até admirável em um mundo em que a regra é: exposição, exposição, exposição...
Li o livro, achei a história extremamente tocante, e quero muito ler os próximos volumes, porque preciso saber o que vai ser de Lila e Lenu. Criei empatia com as personagens, gostei da forma como a trama flui, me comovi com a realidade retratada e, portanto, pouco me importa a verdadeira identidade de Ferrante.
Quem ela é, ou deixa de ser, é tão irrelevante para mim, que chega ser engraçado ler algumas das afirmações que estão circulando por aí, dizendo que, agora que a identidade dela foi provavelmente descoberta, o nível de fascinação sentida pelos leitores tenderá a diminuir.
- Faz-me rir!!!
E desde que quando leitor - que é leitor mesmo, que gosta de se deparar com um bom texto, uma boa condução de trama, o leitor legítimo - precisa estar ciente dos dados no RG, CPF ou carteira de vacinação dos escritores que admira?
A mídia e os "formadores de opinião" estão muito mal acostumados à ideia de ditarem tendências e programarem o comportamento e a opinião das pessoas. Só que, comigo e com um monte de gente, isto não cola já faz tempo.
Se Elena Ferrante é Mané ou Manú, eu não quero nem saber! O que importa mesmo é a identidade do TEXTO escrito por ela.
O resto soa apenas como manipulação e desespero para completar pautas jornalísticas.
Editora Globo, 331 páginas |
- Deixa a criatura escrever em PAZ!
Um beijo e ótimas leituras.
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